quinta-feira, 28 de maio de 2009


O HOMEM E A ESTRELA
Nossas vidas sao livros fechados
Com todas as paginas guardadas.
A cada vez que somos olhados
Algumas cenas são mostradas.

Quem ler alguns episódios soltos
descobrira nuanças diferenciadas.
Dos esverdeados mares revoltos
ao matiz de pássaros em revoadas.

A leitura esta nos olhos de quem le
assim como a beleza de quem a olha
Por isso estamos ávidos por saber
da lagrima que o seu olho, molha.

Temos que aprender a ler perfumes.
Ao sentir o cheiro dessas estórias,
ouviremos as sinfonias desses lumes.

Essa mesma luz azul polar espacial
emanando em cores na minha janela
habitava no homem de Neandertal.

Sergio Brandao, Brighton (Ma) 27 de maio de 2009.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A ALFORRIA DOS NOVOS ESCRAVOS (para a velha Itabuna e ao meu pai nascido em 11 de maio)

Os negros cantavam na madrugada
Enfeitavam as carrocas e os cavalos,
Isabel era uma princesa consagrada:
A soberana dos escravos libertados.
A caravana seguia pela noite afora...
Cantorias, algazarras, a liberdade.
Numa alegria conservada de outrora
relíquia de uma velha comunidade.
Meu pai os esperava com licores,
a princesa poderia entrar na casa.
A multidão cantava seus louvores
pela grande irmandade alforriada.
As mulheres so olhavam pela janela
meus irmãos se juntavam na algazarra
A homenagem que era pura e singela
numa boa época de paz se celebrava.
Esses saudosismos são justificados
Pois o canto foi banido dessas bocas
(Hoje a madrugada e dos assustados)
Escravos dos donos de outras bocas.

Sergio Brandao, 13 de Maio de 2009. Brighton Ma